É a competição do
futebol paraense mais prestigiada. A que define uma das vagas à Copa Brasil
para os que ainda não tem. É a que leva mais um representante à Série D do
Campeonato Brasileiro. O Parazão distingue aquela força que se evidencia no
campo doméstico até aqui dominado pelo Paysandu com seus 45 títulos contra os
42 do Clube do Remo seguidos a distancia pelas 10 taças da Tuna Luso
Brasileira, hoje amargando um rebaixamento à segundinha do regional, pelo
extinto União Esportiva com seus dois campeonatos e pelos inéditos títulos de
Independente de Tucuruí e Cametá, os primeiros campeões fora do eixo
metropolitano em 2011 e 2012 respectivamente.
Na mídia a repetição
irritante dos mesmos assuntos de sempre. A maioria dos estádios sem laudo que
aprove totais condições. Alguns aprovados no maior sufoco. Exceção da Curuzu,
com o Paysandu enfrentando o novo calouro da elite paraense, o Gavião
Kyikatejê, com capacidade garantida para 16 mil espectadores. O Mangueirão que
recebe a estréia do Remo frente ao Cametá, também teve observação das
autoridades em cima da hora, mas tem laudo válido até março próximo. E, por
incrível que pareça, o Parque do Bacurau, em Cametá, sempre muito criticado por
todos que iam lá, está aprovadíssimo.
Outras repetições do
noticiário: a chuva, os gramados pesados, não deu tempo de regularizar, os
jogadores estão sem ritmo e tome contratações exageradas com a chamada prata da
casa aguardando uma sobra no banquete, PM colocando em cheque as condições de
segurança. Convenhamos situações que para o tempo em que o campeonato é
realizado (é verdade que este ano tem a questão da Copa do Mundo no Brasil, mas
disso todos já sabiam desde 30 de outubro de 2007) não são mais admissíveis. Portanto
é o mau costume (costumamos dizer que é ”cultura do brasileiro”) de sempre
deixar pra cima da hora e dá no que dá o que acaba “enriquecendo” os espaços
esportivos, especialmente no rádio.
Todavia é bom destacar
o que tem de positivo. O campeonato está cada vez mais espalhado pelo
território paraense. Este ano 75% dos competidores são de outras regiões fora
Belém dos centenários Clube do Remo e Paysandu. Do nordeste estão o Santa Cruz
de Cuiarana, Salinas (único do litoral do estado), o Cametá, da também chamada
região do Tocantins, e o Paragominas, que tomou a vaga do Remo ano passado na
Série D, trazendo o charme de berço da ideia dos municípios verdes. Do sudeste,
região das mais ricas do País, volta o primeiro campeão vindo do interior, o
Independente de Tucuruí e o Gavião, de Marabá, arrastando suspiros das mídias
nacionais e internacionais pelo feito (chegam aqui equipes de televisão da
China, Japão, Alemanha, França além da brasileira SPORTV entre outras para
cobertura do time dos índios). O oeste é representado pelo São Francisco, de Santarém,
cidade que está inserida no contexto do ineditismo da CBF por possuir o
primeiro campeão brasileiro da Série D, o São Raimundo, rival franciscano,
atualmente fora da disputa.
A arbitragem merece
ênfase, afinal Dewson Fernandes entra o ano como primeiro colocado entre os
apitadores brasileiros. Nos clubes, o Papão depois do fracasso na Série B
enfrenta dificuldade para formar uma grande equipe no ano do seu centenário.
Dos santarenos vou saber domingo em Castanhal contra o Santa Cruz que sai das
mãos do seu fundador, Senador Mário Couto, para Luis Omar Pinheiro, presidente
que levou o Paysandu à Série B brasileira. Paragominas conta com o entusiasmo
do técnico Cacaio e um elenco com pouco a se dizer. O Cametá é uma incógnita. O
Galo de Tucuruí traz Lecheva que tem na bagagem a classificação do Paysandu em
2013 à Série B depois de seis anos.
No Clube do Remo o
investimento é alto. Jogadores como Eduardo Ramos, Athos e Leandrão, dizem, levam
a folha de pagamento às alturas. Sem utopia (não sou chegado a certas
fantasias), mas o ambiente no Remo, o que é passado pela imprensa que cobre o
Baenão é de que só falta erguer a Taça. É conferir. Começa domingo. Feliz 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário